Me sinto vitoriosa porque eu
finalmente terminei o Assim falou
Zaratustra, do nosso amigo Friedrich
Nietzsche. Quem leu meu último post sabe do sofrimento que passei durante a
leitura deste por causa de sua filosofia e de sua linguagem. Várias vezes
pensei em desistir, mas insisti e não me arrependi.
O livro conta a história de Zaratustra, uma pessoa a qual não sabemos
a história anterior. Se inicia quando ele, que estava a montanha, sente que é
hora de descer e passar seus ensinamentos. O
personagem é apresentado no estilo profético, de mestre, quase messiânico
e, nos seus ensinos, se baseia principalmente a necessidade da superação do
homem, já que Deus morreu e a valorização do Super-homem. Essa mensagem, se
perceber o contexto histórico em que o autor viveu, tem um grande valor simbólico e é por esse livro em que se espalha a mensagem
de que Nietzsche matou Deus. A exaltação do homem e de sua autonomia frente as “crendices”
é o tema central durante toda a obra.
Sua narrativa é basicamente circular entre a descida de
Zaratustra a cidade e o retorno a montanha quando ele se sente exausto com a
demanda que o povo trás. Muitas vezes ele se deprime, chora, ri, quer fugir e
percebe o quanto as pessoas não entendem a mensagem que se propõe.
De fato, a leitura é cansativa e o início do
livro, a qual a base é os grandes
sermões de Zaratustra é um tanto entediante. Todavia, quando o autor retoma a
narrativa e principalmente nos capítulos finais, se torna mais interessante. No
meu caso, como estudo Teologia, achei
muito interessante sua argumentação sobre a morte de Deus e a apropriação de
outras religiões, a qual se destaca a cristã, na formação da identidade
desse profeta. Alguns são os exemplos: os sermões são paralelos aos da
montanha, de Jesus. Além disso, ele faz modificações de conhecidas frases do
cristianismo como “não só de pão o homem viverá” e Zaratustra completa “mas
também de uma bela carne!” ou, outra situação, que ele fala do Reinado do
homem, retomando a ideia do Reino de Deus.
Ele também faz ironias o
tempo inteiro, tanto com os próprios personagens quando as pressuposições religiosas,
dizendo que “só se entrará no Reinado se formos como vacas”. Enfim, para
pessoas que possuem uma mentalidade crítica
sobre a religião, é um livro muito rico.
O próprio
personagem de Zaratustra é muito
carismático, sempre enfatizando o rir, dançar, se divertir e o sarcasmo.
Isso atrai a pessoa ao texto e traz a curiosidade de qual será o final do
profeta.
Além disso, li pela
tradução da Martin Claret, que eu
percebi poucos erros de português (como usar tanto a palavra bailar e dançar para
a mesma situação) e se utilizou do termo Super-Homem, que é uma tradução controvérsia ao termo utilizado
pelo autor.
Para terminar, o
saldo foi positivo e recomendo,
apesar de ter plena certeza que é bem exaustivo e que, para pessoas religiosas,
pode ser assustador (o que não foi no meu caso). Novamente, desculpe a demora
na leitura porque foi bem difícil e não conseguia ler mais de 5 páginas por
dia, problematizando o ritmo que
normalmente tenho a ler.
E para a próxima
semana... Surpresa!
Já digo que é um
livro que nunca li, mas que conheço a história de cor.
Dica: se tornou peça de teatro e filme.
Um abraço e boas
leituras!
Não deverias ler livros que não gosta. Pois o livro não te afetou de forma alegre... como ele mesmo diz
ResponderExcluir"Mais um século de leitores e até o espírito estará fedendo."