Devorando Rubem Fonseca

Olá, leitores queridos!

Confesso que fiz uma maldade com vocês, mas não foi proposital. Disse a vocês que iria, em breve, dizer qual seria meu próximo livro para ler. Mas, foi só eu tirar para ler o Bufo e Spallanzani do Rubem Fonseca, na quinta a noite que quando vi... acabou! Sábado a tarde eu já havia terminado. Dois dias de leitura frenéticos. A partir disso já se dá para saber qual foi minha impressão do livro. Só que antes disso, preciso contar um pouco sobre o autor e a história, certo?

Rubem Fonseca (1925) nasceu em Juiz de Fora, terra amada minha, mas escreve como carioca, como é de se imaginar. Curiosamente, descobri que ele fez Direito na melhor universidade de todas UFRJ , trabalhou como policial  e só bem mais tarde seguiu a carreira literária. Em 1986 lançou Bufo e Spallanzani, o que é incrível por parecer tão atual. É um autor vivo e a última obra lançada dele foi em 2011, e, pelo que eu li em blogs e entrevistas, não parece querer parar de escrever. 

Vamos a história?Então, Ivan Canabrava, que usa o pseudônimo de Gustavo Flávio, é escritor e está, dentro do livro escrevendo um outro livro chamado Bufo e Spallanzani (sim, o mesmo nome, completamente metalinguagem) enquanto se relacionada com a casada Delfina Delamare, mulher rica casada com o famoso Eugênio Delamare. O livro se inicia com o assassinato dela, que primeiramente é encarada como um suicídio e, depois, realmente como um homicídio. Assim, a história se desenrola em descobrir quem foi que a matou, mas também é uma narrativa sobre o próprio Ivan, seu passado, sua personalidade e seus gostos. O autor também desenrola bem outros personagens que são cruciais na história como a Minolta e o policial Guedes. 

Dividido em cinco partes, o livro não é nem um pouco linear, pelo contrário, ele é assumidamente cheio de altos e baixos para te deixar cada vez mais curioso de quando se resolverá o trama. Mas, quando você espera que irá se resolver.. aparece outro!

Como disse no começo, é uma leitura rápida, que vai puxando uma sequencia a outra sem perder o ritmo, mesmo sendo uma obra de 238 páginas

Agora, falando pessoalmente sobre o que achei da obra: é um livro excelente, novamente, sobre um tema que normalmente não me chama a atenção (não chega a ser um romance policial, mas chega perto) e eu acho que o excesso de assassinatos não resolvidos é um pouco desgastante durante o texto. Além disso, eu acho muito chato (novamente, opinião minha) esses autores que tem que se mostrar cultos, citando outros em inglês, francês, alemão e fazer conversações como se todo rico fosse intelectual e soubesse tudo sobre cultura literaria no original. Também tenho ressalta quanto ao final que achei um tanto óbvio (há quem dirá que não). Outro detalhe que achei extremamente problemático são as citações! Ele cita e depois diz que citou errado ou faz adaptações de citações distorcendo o que o autor primeiro quis dizer. 
Mas, eu gostei muito do como o trama em seu desenvolvimento se fez, o linguajar do autor, a edição da Sairavadebolso que li, a divisão de capítulos, as explicações que vão sendo dadas ao longo do texto e o como ele fala sobre o trabalho do escritor, que me encanta profundamente, apesar de não ter nada a ver diretamente com o tema do livro.
Enfim, é um livro que eu recomendo e dá gosto de ler.

E vocês? Já leram esse? E outros dele?
Boas leituras e abraços!

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