A Letra Escarlate - Nathaniel Hawthorne

Olá, leitores! 
Vocês devem ter visto que aproveitei o Carnaval para ler e dormir, me divertir também.  e fiz a proeza de terminar o maravilhoso livro que quero apresentar a vocês: A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne.

Além de ser uma ótima história, tive o privilégio de ler a edição da Companhia das Letras com a Penguin, que é sensacional! Isso se deu porque é tradução da edição centenária e tem excelentes comentários no Posfácio da Nina Baum e do Thomas E. Connoly. Lê-los fez muito bem para compreender melhor o enredo e o autor. Segue abaixo a capa simples e marcante do livro:


Aliás, gosto de quando as capas não possuem figuras humanas porque favorecem a imaginação da pessoa.

O autor (Nathaniel Hawthorne, 1804 - 1864) é apresentado no posfácio como um americano que, desde muito jovem, sempre quis ser escritor e o desejo particular dele vem muito pela angústias quanto a sociedade e sua família (o que fica bem claro no livro, de forma que, só quem lê o pósfacio entende). Uma curiosidade que me marcou é que, mesmo jovem, ele mudou seu sobrenome - que era Hathorne para Hawthorne - para se distanciar da história de sua família. Além disso, muito antes do gênero existir, o próprio autor já considera A Letra Escarlate um romance psicológico e ele deixa em questão muito fortemente o puritanismo, a culpa e a angústia causada por esta - e como se libertar!

A história toda circula em torno de uma mulher forte chamada Hester Prynne. Com uma introdução crítica e simbólica, o autor faz o surgimento da personagem num contexto muito cruel do puritanismo. Ela, que adulterou, segurava a criança em seus braços e foi condenada a andar pelo resto de sua vida com uma letra A, escarlate, no busto para que todos vissem, para sempre, o pecado que ela havia cometido. E, a partir disso, conta a história de uma solidão, de uma culpa que guarda o segredo de quem é o pai da criança, chamada Pearl

Se trata de uma leitura descritiva, porém dramática e que traz muito o leitor para a história. O objetivo é, claramente, repensar essa moral religiosa opressora ao aproximar aquele que lê profundamente a história da adultera, a quem ela é. Particularmente, a mim, foi uma leitura catártica, muito marcante e pode ser considerado um dos meus livros favoritos. Pode-se questionar, dizer que, por exemplo, o Céu que nos Protege é melhor escrito (e, de fato, tem uma escrita literária muito profunda) ou que outras histórias, como do Milan Kundera tem uma enredo mais interessante (o que não acho). Acredito que essa história juntou os grandes pontos que fazem ser um romance favorito para mim, claro: uma leitura agradável, bem escrita, de ritmo; um enredo com um drama bem construido; um ponto que toque em nossa personalidade

Resumindo: estou apaixonada pelo livro! Recomendo fortemente, especialmente a pessoas religiosas. 

E para o próximo post... Acho que vai rolar Machado de Assis! Que tal?
Um abraço e boas leituras

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